segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

A nossa música…

A nossa música insiste em tocar.
Passaram dias, muitos dias, meses…anos (meu Deus!) e a nossa música insiste em tocar, trazendo até mim aquele momento.
E eu, passados todos estes dias, muitos dias, meses… anos (meu Deus!) continuo a sentir o mesmo cada vez que a nossa música insiste em tocar.
Aquelas mesmas borboletas no estômago, que de tão alegres me asfixiam de emoção.
Aquele mesmo aperto no peito que surgia a cada abraço teu.
Aquela mesma brisa, que se misturava com o teu cheiro.
Aquela vista, aquela praia, aquela dança, aquele amor… ao som da nossa música que ainda insiste em tocar.
Já não somos os mesmos. Mas a nossa música, que insiste em tocar, devolve-nos a inocência de outros tempos… tempos que acreditamos eternos. Tempos que revivo e que julgo novamente perpétuos cada vez que a nossa música insiste em tocar.

Efectivamente um grande amor que não se perdeu.
Afectivamente para quem não deixa que eu o perca.

1 comentário:

linfoma_a-escrota disse...

SANTUÁRIO

Por tudo, tanto e muito mais
dispenso descrições,
nem todas as ninfas das religiões antigas,
nem todos os poemas emersos em compreensão e génio
com suaves imagens aliterantes e arrebatadoras
seriam capazes de expressar
a perfeição, a calma, o carinho mútuo
dos efeitos da presença que teu cheiro tem sobre mim.

Juntos descobrimos o limite impensável em nós mesmos,
todos os pequeninos e quentes vestíbulos desta escola
fazem lembrar as mágoas partilhadas, a podridão criticada
e a imediatez juvenil acompanhada com tremoços.
Para sempre recordarei tanta psicose alimentada nas
intermináveis formas dolorosas de analisar a personalidade,
adormecido de ouvido junto a teu seio ouço o vento e o coração,
ambos sonham palpitantes por vidas de ócio e razão de ser.

Doces picadelas aumentam a fragilidade, como drogas novas,
desde daquela noite florescem visões apocalípticas
de espinhos verdes em palmeiras marroquinas cheias de tâmaras
(irónica coincidência ter-te conhecido).
Lágrimas proféticas sobre azulejo azul
desprezam a ignorância dos fantoches,
matam a Insegurança e afastam a Indiferença,
qualquer local serve desde que estejamos juntos.
Nada mais interessa para além da separação
do que a raiva de termos que viver à pressa. 2002
JOÃO MEIRINHOS in fotosíntese


www.motoratasdemarte.blogspot.com