segunda-feira, 30 de junho de 2008

No caminho...

Vês-me escrever...
Já nem evitas olhar-me.
Rodas a cabeça milimetricamente, semi-fechas os olhos, sorris...
Continuas a olhar-me... sem medo.
Os teus movimentos têm a precisão de um relógio.
Aproximas-te curioso...
Sem desviar o olhar.
Cativas a minha atenção sem pronunciar uma palavra.
E, finalmente, perguntas: "Sobre o que escreves?"
Sorris. Imediatamente depois colocas um ar sério.
A ansiedade ilumina-te o olhar...
"Sobre ti.", respondo sem receio e olhando-te sem pudor.
"Sobre mim?", dizes depois teres sido denunciado pela sobrancelha intrigada.
"Sobre os teus movimentos desenhados...", confesso triunfante.
"Será isso amor?" perguntas encabulado.
Desvio o olhar, quebrando a intensidade do momento. Procuro a resposta rápida e certeira.
Continuas a olhar-me... com medo.
Arrisco: "É um caminho..."
Voltas a sorrir confiante.
Interrompo o enorme silêncio de escassos segundos:
"Achas que devo apagar?"
Semi-fechas os olhos novamente, mas a tua expressão está diferente, mais fria...
Sorrio, tentando remediar os danos.
"Não sei... Ainda não li.", dizes num tom de voz que nada tem a ver com a frieza do teu olhar.
Silêncio...
"Acho que deves continuar a escrever", acrescentas tranquilo.
Sorrimos...
"Os caminhos não se fazem sozinho…", afirmo convencida de que entendeste que também preciso de ter certezas.
"Então vou pegar num lápis também", rematas.
Olho o papel, enquanto o canto do olho continua a acompanhar os teus movimentos perfeitos.

("Se calhar é amor", penso).

Efectivamente continuarei a escrever
Afectivamente à procura de uma final feliz.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

A ternura dos 80...


(Foto tirada por Lau)


Estão juntos há mais de 60 anos e quando trocam um beijo, continuam a fazer esta expressão de felicidade.


Estes são os meus avós: Isaura e Manuel.
Dois seres humanos fantásticos que todos os dias me ensinam o que é o amor...

Obrigada por nunca me terem desiludido em 26 anos de convivência, por me fazerem sentir especial, por me obrigarem a acreditar e por estarem aí... SEMPRE!


Efectivamente é um amor assim que quero para mim...
Afectivamente a ternura dos 80!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Não voltarei atrás...

Quanto tempo?!
Desde a nossa despedida não voltei a escrever...
Não voltei aqui. Não voltei a sorrir. Não voltei a acreditar.
Mas também... NÃO VOLTEI ATRÁS!

Custou-me tanto dizer-te adeus... Demorei tanto tempo a pronunciar esta palavra: Adeus...
Mas agora não me consigo despedir daquilo em que me transformei.
NÃO VOLTAREI ATRÁS...




Efectivamente caminhando (com um sorriso nos lábios)
Afectivamente sem olhar para trás (mas espreitando o ombro)