quinta-feira, 8 de março de 2007

A todas as Mulheres

6h15. Acorda. Levanta-se. Um duche rápido. Pega no filho mais novo e dá-lhe o biberão. Acorda o marido. Prepara o pequeno-almoço. Acorda a Maria. Acorda o Francisco (filhos mais velhos). Enquanto fazem uma pequena birra de sono prepara-lhes a roupa. Faz as camas. Veste o bebé.. Os 5 tomam o pequeno-almoço. Arranja-se, enquanto o marido põe a loiça na máquina. Saem. No caminho contam histórias. Deixa o Eduardo em casa da mãe. E depois de mais 20 minutos no para arranca chega até à escola. Entrega os meninos à professora.
Mais 15 minutos de trânsito e está no trabalho. Uma reunião. Três processos para ler. Decisões a ser tomadas. Uma amiga no messenger que não pára de falar sobre o jantar de sábado. Quatro telefonemas. O chefe que pede um relatório. Hora de almoço. Ginásio. Uma ida ao banco. Almoço com uma fonte. Telefonema para saber do Eduardo. Chega ao trabalho. Dois recados em cima da mesa. Um e-mail importante para responder. Uma entrevista. Um telefonema ao seu mais que tudo para namorar. Combinam o quê fazer para jantar. Escreve um texto. Reunião com a equipa. Seis da tarde. Volta a ligar ao marido. Está atrasada para ir buscar os miúdos. Mas ele também não os pode ir buscar. Liga ao pai, ele diz que não há problema. O telefone volta a tocar, é a mãe. “O Eduardo tem febre! Parece ser o primeiro dente.”. Um brainstorming rápido. Manda um sms ao marido a dizer do Eduardo. Acaba a reunião. Demorou mais do que o previsto. Liga à pediatra. Ainda pode levar lá hoje o bebé. Segue apressada até casa dos pais. Pega no Eduardo mete-se num táxi e voam para a consulta. Benuron receitado. Sai da clínica. O marido está à espera. São oito horas. Recolhe a Maria e o Francisco. “Já fizemos os trabalhos de casa com a avó!” conta o Francisco. “Ainda tenho que colorir um desenho.”, acrescenta a Maria. Chegam, finalmente a casa. Mas o dia está longe de estar terminado. “Maria o pai ajuda-te a colorir o desenho. Francisco, salta para o banho!”. O bebé dorme. O marido tem de terminar um trabalho em casa. Dá banho a Maria. Faz o jantar. Dois telefonemas importantes no meio de um refogado. Jantam finalmente. São nove e meia e os miúdos estão cansados. Enquanto lavam os dentes abre-lhes a cama. “Ó mamã conta-nos uma história! ”. Lê-lhes pela décima vez o «Patinho feio», eles adoram. Chega à sala. O marido abre uma garrafa de vinho. Chegou a hora de relaxar. Enquanto colocam a loiça na máquina conversam e bebem. O Eduardo chora. Está na hora do biberão. Ele volta a dormir, agora com a barriguinha cheia. Volta à sala. O marido já dorme no sofá. Varre o chão. Recolhe os brinquedos. Enrola o fio da Playstation. Passa uma camisa a ferro e umas calças do marido. Recolhe uma papelada da mesa e mete-a na pasta. Limpa a bancada da cozinha. Senta-se no sofá ao lado do marido. Ele acorda. Abraça-a. Conta-lhe um segredo. Levanta-se. Volta com um ramo de flores. “Feliz Dia Internacional da Mulher!”. Adormecem agarrados. 24h34. Um dia interminável...
6h15. Acorda. Levanta-se. Um duche rápido. Ouve o Eduardo a chorar…
Mais um dia…
Uma homenagem às mulheres…

Efectivamente grandes seres humanos.
Afectivamente a minha admiração para todas elas.

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