quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Outra versão

Durante muito tempo esperei ouvir da tua boca o que pensavas que nos tinha acontecido. A tua versão. Não obtive mais que silêncios. Eu não perguntei. Eu sei. Mas depois das minhas palavras, as tuas impunham-se. E quem venceu foi o barulho do vazio.
Depois de tanto tempo… Quando as palavras não vinham a propósito, surges do escuro, aproximas-te em silêncio e soltas o que ainda te vai na alma. Fiquei sem reacção. E tu, esperavas as minhas palavras. Mas voltou a vencer o barulho do vazio…
Surpreendida por ouvir-te depois de todo este tempo… surpreendida por perceber que aquilo não era a tua versão. Surpreendida por perceber que tu tens outra versão. Uma versão… de coisas que para mim não aconteceram.

Penso que agora sim percebi o que nos aconteceu.
Nunca estivemos em sintonia.
Nunca quisemos o mesmo.
Nunca vivemos o mesmo. Daí teres outra versão.

Efectivamente surpreendida.
Afectivamente ainda em choque.

2 comentários:

Kiau Liang disse...

Percebo agora, que entendes muito melhor do que pensava, o meu pequeno conto...

eu já invento versões, no silêncio alheio...

:)

Rosa disse...

Não se aguentam...!