segunda-feira, 31 de maio de 2010

Como sol...





... que todas as tardes parte sem prometer que volta
... que não se consegue encarar sem verter uma lágrima
... que aquece, mas também queima
... que ilumina, mas também encandeia

que é essencial à vida.

Tu és como o sol...

Efectivamente eclipsada
Afectivamente escaldada

quarta-feira, 26 de maio de 2010

O meu pecado... és tu...




... porque só tu trazes cor à minha vida...

Uma imensa vontade de te abraçar... hoje, SEMPRE e eternamente.

Efectivamente mordendo a maçã
Afectivamente no teu paraíso

terça-feira, 25 de maio de 2010

O teu regresso...

Nunca pensei dizer isto... mas, aproximar-me de ti dói tanto.
Notar que voltaste... custa. Saber que precisas de um ombro... magoa. Sentir-me incapaz de te abraçar... fere.

Tu, que sempre foste como respirar para mim. Tu, que foste uma fuga numa rua sem saída. Tu, que eras luz no final de um túnel que ninguém teve coragem de atravessar.
Tu, um escape entre olhares noctívagos. Tu, que sempre foste sorrisos em forma de música, que sempre foste gelo numa bebida quente. Tu, que me habituaste a poesias, que me abriste a janela do mundo, que me mostraste o que está por detrás daquela montanha. Tu, que deste sabor à melancolia, que cobriste de melodia os meus silêncios. Tu, que me descobriste na escuridão. Tu, que trouxeste gargalhadas a lágrimas antigas. Tu, que me ensinaste a viver os sonhos, que me empurraste para a vida, que me ajudaste à arriscar, que me desvendaste dilemas.
Tu, que me mostraste através de contas de somar a simplicidade, que me multiplicaste os sentidos, que subtraíste a solidão da minha alma, que dividiste comigo o teu coração.
Tu, que guardaste contigo estrelas partilhadas. Tu, que cantaste madrugadas inesquecíveis. Tu, que brindaste o destino impresvisto.
Tu, Verão tórrido, Outono ameno, Inverno feroz, Primavera regada.
Tu, Peter Pan da minha história. Tu, que foste Che Guevara da tua história.
Tu, liberdade acorrentada, água parada, turbilhão sereno.
Tu, cama desfeita, banho de espuma, espelho vazio.
Tu, persiana descida, janela aberta. Tu, porta fechada, varanda para o mar.
Tu, bandeira hasteada, toalha estendida, lençol engelhado.
Tu, filme de acção, livro triste, canção pronunciada.
Tu, sal, açúcar, pimenta.
Tu, vermelho, azul, branco, verde esperança.
Tu, problema. Tu, solução. Tu, cofre forte. Tu, código de acesso.
Tu, ausência, glória, timidez, convicção, culpa, desespero, integridade, velocidade. Tu, manhã. Tu, noite.


Tu, que seguias sem medo. Tu, que enfrentavas o mal. Tu, que não tinhas heróis. Tu, que emanavas magia. Tu, que trazias brilho no olhar. Tu, que transformavas caminhos. Tu, que cruzavas fronteiras... sem nunca olhar para trás.

Tu, o louco, o feliz, o amante silencioso, o destemido, o bravo. Tu, o vulcão, a trovoada, a chuva, o vento. Tu, o sol, a brisa, o calor. Tu, o céu, o limite, o desejo. Tu, o doce, o tranquilo, o sensato. Tu, a paz, a calma, a tranquilidade, a luz, a presença, a paciência. Tu, o fogo, a folia, a ira, a revolta, . Tu, o amor na sua forma mais pura.

Tu, um mundo infinito de convicções minhas. Tu, um mar de certezas naufragadas. Tu a ilusão de uma fogueira de cinzas. Tu, um horizonte sem estrada. Tu, a verdade incompleta.

E eu? Eu, o vazio depois da tua estadia. Eu, o recomeço depois da tempestade. Eu, a incerteza na tua saudade. Eu, a dúvida magoada no teu regresso.

Porque é que voltaste? Porque é que eu não sou capaz de estar aí quando precisas? Logo para ti? Logo tu, que já foste tudo...

Efectivamente tu...
Afectivamente desculpa

domingo, 23 de maio de 2010

Mãos estendidas...

Vieste no fim do verão, bronzeado, sorridente, de óculos escuros, para que não te pudesse ler a alma... pensei...
Chegaste tranquilo e com uma timidez aparente... Demoraste a reconhecer-me, tardaste em dar-te a conhecer... E de repente, como uma flecha, ao cair da noite, caminhaste na minha direcção. Sem medos, certo, sem questões, feliz, sem pensar, completo. Soltaste palavras, despiste a alma, até então escondida atrás de uns óculos de sol, entretanto deixados para trás... pelo envolvimento do coração, pelo desejo do corpo e, propuseste o impensável. Mas como poderíamos deixar para trás a vida que tanto demoramos a construir? Mudaríamos tudo essa noite, eu sei... Mas e o amanhã? Nunca saberemos, agora. Arriscar nunca foi o meu forte, mesmo que já me tenha arrependido 1001 vez de não o ter feito. Estendeste as mãos ao desconhecido pretendedo encontrar as minhas. Mas no vazio do tempo e da falta de preparação aparente, eu não tinha nada a oferecer e arrependo-me tanto agora... Trago-te no peito desde então e estendo tantas vezes as mãos à espera de encontrar as tuas, no desejo de que ainda as tenhas preparadas para mudar a vida que tanto demoramos a construir. Pois de que vale uma vida cheia se não tens no vazio mãos que possas agarrar?
Chegaste no fim do verão, vieste na minha direcção ao cair da noite, despiste a alma e estendeste as mãos certo de que ali havia algo mais... E havia! Senão não escreveria sobre ti, sobre nós, tanto tempo depois... Uma vez mais, o medo trouxe-me o sabor amargo da despedida, agora sei-o, antecipada... E dói pensar que estavas aí de alma despida para mim. Quantas vezes na vida encontramos alguém pronto a mudar tudo por nós? Atrás do vestido da cor da tua gravata ficou um murmúrio de palavras que queriam sair mas não encontraram saída. Atrás dos sorrisos, dos beijos, dos olhares, da música, da felicidade dos muitos presentes que celebravam o amor, ficaram duas almas, uma despida e a outra a nu, por não ter tido a coragem de amar, sem mais. Hoje, com o aproximar do verão, recordo as tuas mãos bronzeadas estendidas na minha direcção e penalizo-me por não te ter dado mais do que uma dança... quando sinto que te poderia ter dado o meu coração. Saber que o tempo não cura tudo, faz-me estender-te as mãos... e sei que não sabes que estou de alma despedida e com a coragem de amar, pois na distância tudo esmorece, menos o meu amor por ti.

Efectivamente de mãos estendidas
Afectivamente à procura de encontrar as tuas

domingo, 9 de maio de 2010

Assalto à mão armada

Subia uma rua íngreme, mas ao contrário de outros tempos, a respiração estava controlada... tenho andado em boa forma física... Subia sem olhar para trás, as minhas amigas sempre me disseram que era demasiado destemida, mas eu nunca achei que houvesse algo a temer... Subia com o passo apressado, mas sem receio que me seguissem, pois não levava comigo nada de valor, tudo tinha sido deixado para trás... Subia decidida, ainda que não sabia onde me levava aquele caminho, mas estar no memso sítio já não fazia sentido. Essa rua íngrime tinha várias perpendiculares mas eu não ía hesitante, apesar de não saber o caminho, não tinha dúvidas que deveria seguir em frente. Senti uma brisa estranha, passou-me uma ideia má pela cabeça, mas os pensamentos levaram-na para longe. De repente surgiram no caminho três homens. Não senti medo. Apesar de estarem de cada tapada os gestos não permitiam confusões. Conhecia-os bem. Vinham do passado. Falavam todos ao mesmo tempo. Dois deles cobravam coisas: ausências, datas. O outro pretendia esclarecer algo que há muito tempo tinha acontecido, mas nem ele se lembrava muito bem do que era. Facilmente os identifiquei. Não tinha respostas, apenas pressa. Tentei respoder, mas não pareciam satisfeitos com as justificações. Avancei. Corri. Não por medo, não eram agressivos, estavam apenas defraudados, não comigo, com eles própios. Não me seguiram. E eu continuei. Respiração controlada, sem olhar para trás, passo apressado, decidida... mesmo sem saber onde me levava o caminho. Cheguei a um sítio que me parecia familiar e parei. Mas rapidamente me apercebi que tinha de continuar. Assim fiz! E de repente surgiu outro homem. Cara destapada. Não tinha nada para me dizer. Mas o seu olhar triste impediu-me de prosseguir e roubou-me palavras que não podem voltar. Foi um assalto à mão armada. Esses olhos eram a arma pronta a disparar lágrimas e eu não sou indiferente à tristeza, muito menos à desse homem do passado, que me impedia continuar o caminho... apesar de não me ter dito nada, apesar de não me cobrar nada, apesar de não ter nada para esclarecer. Foi uma assalto ao meu coração que ficou ali, no meio do caminho.

Porquê é que o passado volta, na sua forma mais triste, para me atormentar? Porquê logo agora que seguia firme por essa rua íngrime? Que significado tem este assalto à mão armada? Será possível que um caminho em frente me leve ao passado?

Efectivamente tens aí o meu coração.
Afectivamente agora tu, mas depois eu.

(Tal como te disse, estou aqui para quando precisares. Gostava de te poder abraçar e que o meu carinho, como tu lhe chamaste, te curasse. Tenho-te presente na esperança de secar-te as lágrimas, de coser-te as feridas, de aconchegar-te a alma e devolver-te o sorriso. Podes mesmo crer que cada noite me transformo nessa estrela que te faz companhia. Amanhã e até que tu estejas bem voltarei em forma de luz.)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Eterno

Basta despedir-me para que arranjes uma forma de voltar... Foi sempre assim! Não sei como me lês na distância? Mas sabes melhor do que ninguém o que significa para mim o tempo, os silêncios, a vontade e a falta dela também!
Surpreeendes-me com detalhes, aproximas-te seguro, afirmas-te implacável ... e eu deixo-me levar... eu quero deixar-me levar. Sabes que apesar de todas as minhas inseguranças eu tenho uma certeza: és tu! Não sei quanto tempo mais pode demorar para que te dês conta disso, também não quero saber... porque o meu amor por ti aguenta a eternidade. E passado todo este tempo... só uma coisa mudou. Antes esperava-te quieta, muda, escura, fria. Hoje, vivo a vida ao limite, no dia que voltares tratarei de te ter tudo como deixaste. E eu terei vivido também...
Só isso mudou, de resto... continuo à espera, à tua espera. Pois nesta longa caminhada que é a distância e que escolhemos viver nunca ninguém me preencheu como tu...
Volta sempre que quiseres, meu amor...
Estarei aqui, à tua espera!

Efectivamente rendida
Afectivamente - obrigada por me recordares que hoje era o nosso dia -