segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Porque sei que me iluminas...

Voltei...
Muita coisa mudou desde a última vez que aqui estive... Nunca tinha tido esta sensação tão forte de que, de facto, a vida não pára, não espera por nós...
Resta-nos vivê-la... tal e qual ela é!

Neste meio tempo passei pela despedida mais dolorosa da minha vida... E dizer adeus para sempre não é fácil!
Fui a Miami, antes passei por Toronto, para ir ao casamento da minha prima Tânia...
Foram dias maravilhosos... em família...
Mal sabia eu que seria a última vez que veria o meu tio. Não um tio qualquer, mas aquele tio que está sempre lá, mesmo à distância, como era o caso, aquele tio a quem se podiam fazer confidências, a quem se podia contar medos e ligar quando nos apetece desistir de tudo... O meu tio era uma das melhores pessoas que já conheci... Um homem fantástico, cheio de qualidades e virtudes, carinhoso, afável, simpático... divertido. Único! Ele não era um tio... era um AMIGO!
Fizémos planos, prometemos ver-nos mais, combinámos as próximas férias...
Nada disso irá acontecer...
Lamentei a minha existência depois de saber que jamais o voltaria a ver... Desejei que o mundo acabasse perante tal injustiça... Chorei dias a fio... Passei noites em claro...
Hoje, agradeço o privilégio de o poder ter conhecido, de ter feito parte da vida dele... Não é para qualquer um.



O curioso... é que eu e o meu tio nunca nos despediamos... Todas as vezes, e foram muitas, que ele veio a Portugal, jamais nos despedimos... ele nunca gostou. Um dia antes de partir para Miami ao despedir-me dele, chorei... chorámos... Esse dia foi o último. Nunca saberei dizer porque chorei. Afinal, nós nunca nos despedimos... e assim será. Sei-te aí a cada passo meu... Obrigada por me teres tornado alguém melhor. Obrigada por me continuares a iluminar...
E a promessa que te fiz continua de pé... tio Ernesto...

Efectivamente um orgulho imenso
Afectivamente um amor maior