quinta-feira, 3 de abril de 2008

Senti-te a falta

Hoje, vesti aquela camisa que me ofereceste... aquela, que compraste com o teu primeiro ordenado. Lembraste? Coloquei as argolas que usei no nosso primeiro encontro. Pintei as unhas da cor que tu mais gostas e carreguei no verde dos olhos, pois lembrei-me que sempre disseste que me ficava bem. Vesti os meus jeans justos, que tanto adoravas ver-me usar. Calcei os sapatos azuis que comprei contigo numa loja recôndita, numa ruela esguia da Nazaré. E peguei no casaco azul, que levei atado à cintura a todos os concertos que fomos naquele ano.

Hoje, senti-te a falta. Vesti-me de ti. E mascarada do que já não sou, do que já não somos, flutuei na tranquilidade. Encontrei-te neste caminho perdido, que nos levou para longe e senti-me amparada. Respirei-te novamente e saciei-me nesse perfume estonteante, que acalma e agita as ideias simultaneamente e revivi emoções. Olhei-te profundamente nos olhos, que sempre me aconchegaram e gritei sem medo. Segura, neste porto de abrigo, custou-me sair da personagem e voltar a representar neste palco que (sozinha) escolhi.

Hoje, senti-te a falta, é certo... Contudo gosto do caminho que trilhei sem ti... Não sei se voltaria atrás... Mas se o fizesse seria certamente para te dar a mão e trazer-te comigo.

Queres mascarar-te?

Efectivamente senti-te a falta.
Afectivamente visitei-te... mascarada!

2 comentários:

Rosa disse...

É o teu caminho... :)

Unknown disse...

Que forte!... nem de propósito...

Eu, Cláudio!