segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Posso sempre fingir...

Posso fingir
Parece tão fácil. Fazia-o tanto quando era pequena.
Fingia ser pessoas que não era.
Fingia ter idades que não tinha.
Fingia possuir bens impensáveis.
Fingia conhecer o mundo…
E era tudo tão credível!
Agora posso fingir novamente.
Finjo que já não sei o teu cheiro.
Finjo que esqueci o sabor da tua boca.
Finjo que não chamo o teu nome, a cada sinal que me dão os dias que passo longe de ti.
Finjo não saber o caminho para tua casa.
Finjo que não te vejo e que não te imagino.
Finjo que não te escuto, (também as tuas palavras parecem ter sido levadas pelo vento)
Finjo que me esqueci de ti e do tempo em que tudo foi mais fácil.
Finjo que não existes.
Finjo.
O meu único receio é não saber onde é que isso me pode levar?
Mas...
Posso sempre fingir.
Fingir que não me importo com essa pergunta.
Fingir que não me interessa o futuro.
E assim…
Um dia fingirei que não te conheci.

Efectivamente era uma solução.
Afectivamente parece-me que não vai ser possível.

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