quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Alguma esperança…

Um dia cheio. Uma sensação de vazio.

A sensação de uma alma apagada… e uma luz submissa que tenta iluminar uma mente torpe que não quer ver o que está acontecer.
Um sabor amargo na boca…interrompido consecutivamente por rebuçados nervosos que procuram dar um toque doce a um dia cheio, a uma sensação de vazio.
Uma lágrima teimosa… parece não conseguir sair e tem receio de ser anunciada por uma palavra que se tornará arrependida.
Um grito desesperado na garganta… impedido de sair por uma vergonha maior que o respeito por nós.
Uma insegurança pertinente na voz… que um dia segura te conquistou, pois parecia carregar nela a razão do mundo.
Uma ânsia permanente num peito saudoso do teu aconchego…
Uma palavra que falta… para desenrolar a acção num filme que eu criei.

Um dia cheio. Uma sensação de vazio.

A esperança …
Que alma se ilumine amanhã…
Que a mente comece a ver claramente.
Que os rebuçados consigam adoçar a boca.
Que a lágrima seque.
Que o grito morra.
Que a voz recupere o tom.
Que o peito te sinta.
Que a palavra venha.

Amanhã será: Um dia tranquilo. Amanhã uma sensação de plenitude.

Efectivamente ainda esperançosa.
Afectivamente aguardo-te.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Cada lugar teu

Hoje ouvi esta música centenas de vezes... É tão linda! É tão eu...
Tive mesmo necessidade de a partilhar.
Obrigada Mafalda!

Cada lugar teu.

«Sei de cor cada lugar teu
atado em mim,
a cada lugar meu
tento entender o rumo que a vida nos faz tomar
tento esquecer a mágoa
guardar só o que é bom de guardar

Pensa em mim
protege o que eu te dou
Eu penso em ti e dou-te o que de melhor eu sou
sem ter defesas que me façam falhar
nesse lugar mais dentro
onde só chega quem não tem medo de naufragar

Fica em mim que hoje o tempo dói
como se arrancassem tudo o que já foi
e até o que virá e até o que eu sonhei
diz-me que vais guardar e abraçar
tudo o que eu te dei

Mesmo que a vida mude os nossos sentidos
e o mundo nos leve pra longe de nós
e que um dia o tempo pareça perdido
e tudo se desfaça num gesto só

Eu Vou guardar cada lugar teu
ancorado em cada lugar meu
e hoje apenas isso me faz acreditar
que eu vou chegar contigo
onde só chega quem não tem medo de naufragar.»

LINDO! LINDO!

Efectivamente fizeste-me perder o medo de naufragar...
Afectivamente já só quero navegar....

Sem escolhas…

O segredo das palavras,
Dói tão profundamente hoje.
Que preferia não saber o seu significado…

Preferia o silêncio a que já me tinhas habituada e que soava tão bem nos meus ouvidos ingénuos.
Preferia as incertezas sempre tão certas… como os ponteiros do relógio, que teimam marcar diferentes horas para os dois.
Preferia os desencontros quando pareciam ocasionais e que até nos davam um certo encanto romântico.
Preferia a espera interminável e que terminou quando já não esperava mais nada de ti.
Preferia a mentira que não conhecia, mas que, pelos vistos, sempre esteve entre os dois.

Mas parece que já não se pode voltar atrás.
O segredo das palavras revelou-se tão simples como o sentimento que o trouxe.
E não há escolhas neste caminho já meio percorrido, que não tem saídas e não mostra um final.
O segredo das palavras mostrou-me que provavelmente preferia não te ter conhecido.

Efectivamente sem escolhas.
Afectivamente espero estar enganada.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Posso sempre fingir...

Posso fingir
Parece tão fácil. Fazia-o tanto quando era pequena.
Fingia ser pessoas que não era.
Fingia ter idades que não tinha.
Fingia possuir bens impensáveis.
Fingia conhecer o mundo…
E era tudo tão credível!
Agora posso fingir novamente.
Finjo que já não sei o teu cheiro.
Finjo que esqueci o sabor da tua boca.
Finjo que não chamo o teu nome, a cada sinal que me dão os dias que passo longe de ti.
Finjo não saber o caminho para tua casa.
Finjo que não te vejo e que não te imagino.
Finjo que não te escuto, (também as tuas palavras parecem ter sido levadas pelo vento)
Finjo que me esqueci de ti e do tempo em que tudo foi mais fácil.
Finjo que não existes.
Finjo.
O meu único receio é não saber onde é que isso me pode levar?
Mas...
Posso sempre fingir.
Fingir que não me importo com essa pergunta.
Fingir que não me interessa o futuro.
E assim…
Um dia fingirei que não te conheci.

Efectivamente era uma solução.
Afectivamente parece-me que não vai ser possível.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

E eu não sei quem te perdeu

A inspiração não vem… deve ser porque estou confusa
Eu nem sei se o que sinto é real ou fruto da minha imaginação tão rica, que não quer descansar. O tempo passa... eu desespero e os pensamentos voam… Ironicamente só ficam os que me causam dor. Queria mudar isso, mas não depende só de mim.
A esperança pede-me «Vamos mudar, juntos!».
Resta saber se será assim? Como não sei de nós fica aqui o Pedro Abrunhosa…que nesta canção diz o que eu sinto hoje...

E eu não sei quem te perdeu

“Quando veio,
Mostrou-me as mãos vazias,
As mãos como os meus dias,
Tão leves e banais.

E pediu-me
Que lhe levasse o medo,
Eu disse-lhe um segredo:
«Não partas nunca mais»

E dançou,
Rodou no chão molhado,
Num beijo apertado
De barco contra o cais.

E uma asa voa
A cada beijo teu,
Esta noite
Sou dono do céu,
E eu não sei quem te perdeu.

Abraçou-me
Como se abraça o tempo,
A vida num momento
Em gestos nunca iguais.

E parou,
Cantou contra o meu peito,
Num beijo imperfeito
Roubado nos umbrais.

E partiu,
Sem me dizer o nome,
Levando-me o perfume
De tantas noites mais.

E uma asa voa
A cada beijo teu,
Esta noite
Sou dono do céu,
E eu não sei quem te perdeu.”

Obrigada Pedro, hoje as tuas palavras são minhas…

Efectivamente o medo de te perder.
Afectivamente o medo de não saber se te vou ter.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Continuarás…

Tantos dias passaram desde a última vez que te olhei.
Lembro as luzes de um local que julgava ter esquecido. E as formas que criavam na tua cara…
Revejo o teu jeito de pegar no copo e modo sensual como saboreias cada travo do cigarro. Recordo-te encostado ao balcão com um olhar fixo em tudo, em nada…
Tudo isto parecia ter passado, mas não.
As luzes continuam acessas…vivas e tu a fumar com o mesmo prazer pecaminoso. O teu olhar tem a mesma doçura…que vi no momento em que nos despedimos aquela noite.
Nada se perdeu. Mas ainda não entendi… o que foi de nós? Se realmente alguma vez existimos?
A magia do teu mistério enlouquece-me e gostava de provar o sabor que os cigarros deixam na tua boca.
Promete-me que um dia os teus olhos me falarão.
Jura que nunca esquecerás aquela despedida.
Faz-me acreditar que sentes o mesmo prazer a cada travo do cigarro.
Posso não entender. Mas quero que sejas feliz.
E fica com esta certeza: em mim continuarás…

Simplesmente... AFECTIVAMENTE

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Confusa, muito confusa!

A surpresa das palavras que esperei com tanta ansiedade trazem-me agora dúvidas. No meio da confusão de uma enxurrada de frases há muito anunciadas instalaram-se incertezas... E entre elas, os dois, sem perceber o caminho a seguir. Só tenho uma certeza. Gosto mais de ti... E foi bom descobrir-te. Aguardo desenvolvimentos... espero que rápidos. E anseio o beijo que não te dei naquela noite... A nossa noite, que ninguém nos pode tirar.

Efectivamente uma confusão
Afectivamente a minha, ou melhor, as nossas vidas...

Não sei.

Sigo o fumo que a cada travo no cigarro sai da tua boca.
Não sei onde me levará. E tu não me apontas destinos…
Saboreio cada golo que dás no último copo.
Não sei se sei voltar. E tu não decoras caminhos…
Fixo o meu olhar no teu.
Não sei se o conheço. E tu fechas a alma…
Sinto o teu perfume de sempre.
Não sei o que significa agora. E tu nunca vais deixar de o usar…
Alimento-me da tua voz.
Não sei outro barulho. E tu ficas mudo, às vezes.
Percorro a tua boca lentamente.
Não sei correr. E tu segues com pressa…
Decoro as tuas mãos macias.
Não sei que me fazem sentir. E temo que possas ter perdido o tacto.
Desenho o teu corpo moreno suavemente.
Não sei se te saberei pintar. E tu deslizas da moldura que construí para nós.

Efectivamente louca…
Afectivamente não te sei.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Hoje... só tu!

Sei que muitas vezes dizes que só me preocupo com o trabalho…terás alguma razão. Sempre fui assim… Mas, hoje, quero dizer-te que as siglas SIC significam: Só (me) Importo Contigo.
Adoro-te.

Efectivamente Dia dos Namorados.
Afectivamente Tu.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Nesse jardim…

Sei-te aí nesse jardim, onde outrora passeávamos à chuva.
Pensativo… sentado no mesmo banco que testemunhou o nosso primeiro beijo.
Bem sabes que nada voltará a ser como era, mas também não te sinto seguro de que assim o quisesses…
Sei-te aí nesse jardim, onde fomos tão felizes.
Lembrando… as promessas que não precisavam de ser juradas para as sentirmos eternas.
Já não somos os mesmos… Verdade? Mas nem esta maturidade nos dá certezas que faltaram no passado.
Sei-te aí nesse jardim, onde dançamos perante os olhares curiosos de quem passava.
Imaginas… onde e com quem estou? Se serei feliz? Se ainda danço com a mesma entrega?
Dúvidas que não te deixam prosseguir viagem. Dúvidas que gostavas que eu também tivesse.
Sei-te aí nesse jardim, onde um dia me cantaste ao ouvido.
Agora calado… relembras a música. Tentas dar-lhe um sentido. Queres que essa canção ainda me diga algo a mim.
Eu sei…
Muitas vezes penso visitar esse jardim, onde outrora passeávamos à chuva, onde fomos tão felizes, onde dançamos, onde um dia me cantaste ao ouvido… Mas sempre que me aproximo desse lugar, algo me faz voltar atrás. Talvez, o medo de te encontrar nesse jardim, pensativo, lembrando, imaginando, calado…
As respostas que procuramos não estão aí… Mas em nós. Resta saber se queremos voltar a questionar-nos?
Será que vale a pena voltar atrás e visitar esse jardim? Tentar o que já deitamos a perder duas vezes?
Não sei…
Sei que quero continuar e não me sai da cabeça a tua imagem aí nesse jardim.
Sei que quero seguir e todos os caminhos me levam até esse jardim.

Efectivamente um belo jardim.
Afectivamente o nosso jardim.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Querida avó

Parabéns avozinha!

Sei que hoje estás feliz.
Imagino-te sorrindo vaidosa, as mãozinhas cruzadas e os olhos bem atentos para não perder pitada. Sempre foste assim, atenta ao que te rodeia. E hoje, as atenções estão, merecidamente, viradas para ti... Afinal não é todos os dias que se festejam 84 anos.

Uma vida cheia de amor, dedicada aos filhos, aos netos e, como não podia deixar de ser, ao avô Manel. Uma vida cheia de entrega e solidariedade, onde havia sempre lugar para mais um. Ensinaste-nos a todos que é bom dar, aliás, é a única forma de podermos receber. E esta foi sempre a tua máxima.

Recordo tão bem o cheiro da tua casa. Cheiro a leitinho e bolachas. Um leitinho que tinha de ser tomado até ao fim. Os domingos à tarde eram sempre bem passados à volta da lareira que acendias com carinho. E por muito barulho que os netinhos fizessem, tu tinhas sempre muita paciência para nós… esboçavas um sorriso. Um sorriso incansável e doce porque nos amavas.

Rio sempre que me vem à ideia as inúmeras vezes que te ouvia gabar-te dos teus netinhos às vizinhas. Pois, para ti, não há melhores netos: nem mais inteligentes, nem mais amigos, nem mais bonitos, que os teus. Verdade? Sabes, se somos assim… também a ti o devemos! Tu ensinaste-nos a ser quem somos porque nos amavas.

Sinto um aconchego sempre que me lembro que todas as noites rezas por nós. Bem sei que os santinhos atendem os teus pedidos. Porque rezas com a mesma fé com que nos amas.

Lembro das contas de multiplicar que para mim pareciam não ter solução e que nas tuas mãos se tornavam fáceis… Admirava a capacidade que tinhas de acreditar que um dia eu conseguiria multiplicar e dividir sozinha. E assim foi. Só tu podias ter essa certeza. Uma certeza que só tem quem ama.

Nunca esqueço os miminhos que me davas…mesmo quando tinha acabado de fazer uma asneira e todos já me tinham ralhado. Festinhas na cara e uma palavra amiga sempre que o mundo parecia estar contra mim. E só me apetecia ficar ali, no teu colo protector. Um colo de quem ama.

É por tudo isto e muito mais que te adoro.
E, por isso, desejo que a tua vida seja sempre uma festa.

Hoje, não posso estar aí em presença, mas sei que me tens no coração. Quero que tenhas a certeza que também estás no meu. SEMPRE!

Mais uma vez Parabéns! Não só por fazeres anos, mas por seres a pessoa que és!

Amo-te muito!

Efectivamente uma grande avó.
Afectivamente uma grande mulher.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Reencontro inesperado

Dia difícil este. Reencontrar-te não estava nos meus planos. E a emoção roubou-me as palavras. Sem elas recorri ao Alejandro Sanz. Ele tem sempre algo para dizer… Ironicamente o mesmo autor que ela te dedicou.
Aqui fica…

Se me olvido todo al verte

"Las cosas pasaron muy deprisa

y los recuerdos tan despacio,
son tan breves tus sonrisas,
y tanto tiempo el que he esperado.
Para mí jamás te fuiste,
porque el mundo se quedó parado,
aunque ha sido un poco raro...
Ahora, viendote de nuevo,
me doy cuenta que te eché de menos.
Ahora sé que no soy dueño de mis sentimientos,
que no importan los problemas
porque al decirme que te quedas...

Se me olvido
que me juré olvidarte para siempre.
Se me olvidó
que prometí por una vez ser fuerte.

Y es que ya ni me acordaba, corazón,
que me gusta tu mirada tanto, amor,
que sigue habiendo algo fuerte entre nosotros dos
y, ahora que te tengo enfrente, nada es diferente.

Me hace tan feliz que vuelvas,
nunca quise que te fueras.
De qué vale tanto orgullo,
tanta estúpida pelea
y perder en un segundo,
lo que has buscado una vida entera.

Se me olvidó
que no he dejado nunca de quererte.
Se me olvidó
que en el amor no vale ser valiente.

Y es que ya ni me acordaba, corazón
que me gusta tu mirada tanto, amor,
que sigue habiendo algo fuerte entre nosotros dos
y, ahora que te tengo enfrente, nada es diferente.

Se me olvido
que no he dejado nunca de quererte.
Se me olvidó
que en el amor no vale ser valiente."

Efectivamente não estava a espera de te encontar assim...
Afectivamente ainda estás aqui.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Dia de chuva ou falta de coragem?

Depois deste dia de chuva tenho pressa de chegar a casa… chegar a ti.
Abrir a porta e ver-te deitado no sofá, os olhos entreabertos e o sorriso rasgado…
Depois deste dia de chuva tenho pressa de nós… de te olhar…
Aninhar-me a teu lado, passar-te a mão no cabelo e dizer-te o que és para mim.
Mas nem a chuva, nem a pressa, nem os teus olhos, nem o teu sorriso, nem o teu cabelo macio me dão a coragem das palavras. E muitas vezes não sou mais que a intenção de dize-las. Perdoa-me por não me dar mais, por não te dar mais. Mas os medos antecipam-se às verdades na minha garganta e travam-me a respiração. Por isso tantas vezes te aconchego ofegante num abraço sem fim… Queria ser gigante perante este amor e a minha falta de coragem faz-me sentir tão pequena! Mas vou crescer ao teu lado... Deixa-me ficar, hoje, aqui, assim calada… depois deste dia de chuva…

Efectivamente um dia de chuva.
Afectivamente falta de coragem.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Mais um copo de vinho…

A cada minuto o meu coração bate mais rápido, só porque sabe que te vou ver.
Mais uma noite. Um copo de vinho. Uma conversa. A tua mão na minha mão. A lua que nos observa…
E ainda que tudo parece tão previsível é sempre tão boa esta sensação de saber que te vou ver, do coração a bater mais rápido a cada minuto que está mais próximo o nosso encontro.
São estas noites, de copos de vinho, de conversas intermináveis, da tua mão na minha mão e da lua que nos observa, as responsáveis por te amar.
Esta tranquilidade cega aconchega-me a alma. Tu tratas-me o coração. O corpo está saciado pelo teu amor. Será isto a felicidade? Pode não ser… Mas se não é, para mim assim já está bom.
Podes voltar a encher o copo….

Efectivamente um bom vinho;)